Caro
advogado e advogada que está em início de carreira, tudo bem? Meu nome é Mônica,
sou advogada há oito anos, e tenho acompanhado diuturnamente a ânsia das
senhoras e dos senhores em “pôr as mãos na massa” e mostrar o que sabem fazer
de melhor: entusiasmantes defesas processuais.
Mas
para isso, claro, é preciso o principal: fechar contratos, conseguir clientes!
E
que dificuldade é, a princípio, obter a tão sonhada primeira contratação (a real
contratação – digo - devidamente remunerada, nesse caso, não vale aquele “favorzinho”
feito para o primo ou cunhado que está com alguma situação “enrolada” na
justiça).
Eu,
logo que comecei minha trajetória, tive grande dificuldade em fechar o primeiro
contrato. É um mundo novo, afinal. Um universo quase que desconhecido por você
(no meu caso, isso se tornou ainda mais sério, porque enveredei justamente no
ramo da advocacia criminal, uma área cheia de hostilidades, desconfianças e
sensibilidades, que – eu nem imaginava – me ensinariam muito e a duras penas!)
Por falar nisso, se
eu pudesse dar um conselho a você, jovem advogado e advogada, seria: cuide do
seu ativo mais valioso, a sua relação com o seu cliente!
Cuidando
da sua relação com o seu cliente, você garante uma série de vantagens e evita
dores de cabeça no futuro.
Elenco
como uma das vantagens a probabilidade alta de o seu cliente se tornar, ele próprio,
um parceiro no seu propósito de se tornar conhecido e se consolidar no mercado.
Sabe aquela história de “fazer o seu nome”, como por aí se diz? Pois é! É que, feliz
e satisfeito com a relação que mantem com você – que independe de obtenção ou
não de sucesso na causa - o cliente fará questão de indicar o seu trabalho a quem
lhe pedir indicações. Além disso, garanto a você que, normalmente, os clientes
mais fiéis são aqueles que vieram por meio de outros clientes.
Uma
segunda vantagem é que, mantendo uma relação de boa comunicação e confiança com
o cliente, você evita uma série de aborrecimentos. Essa parte merece uma explicação
mais detalhada. Lá vai...
Como
as senhoras e os senhores bem sabem, toda relação advogado-cliente é baseada na
confiança. Mas essa confiança deve ser mútua, ou seja, não é apenas o cliente
que tem que sentir confiança perante o advogado para que a relação contratual
seja promissora, o advogado também deve sentir confiança suficiente no cliente,
a ponto de saber que, caso o resultado esperado não seja obtido, o cliente
compreenderá que não foi por negligência do advogado, mas pelo resultado normal
do “jogo” processual, que está naturalmente sujeito a isso.
Nesse
sentido, o/a profissional da advocacia deve se empenhar em promover uma
comunicação suficientemente clara com o seu cliente, inclusive no que diz respeito
às possibilidades de insucesso da causa.
Por
outro lado, o/a jovem advogado/a deve observar o comportamento do cliente e a
medida de confiabilidade que pode depositar nele. Para exemplificar: se o
cliente se comporta de forma ácida, tecendo críticas antiéticas a outros profissionais
da advocacia que tenham ou não atuado no processo, o/a profissional da advocacia
deve desde logo adverti-lo, no sentido de barrar esse tipo de conduta, sob pena
de ser o/a próximo/a na lista de queixas do referido cliente.
É
importante que o/a jovem profissional em início de carreira não tenha pressa em
fechar contratos. A precipitação nesse momento pode custar caro ao profissional
e gerar aborrecimentos que lhe farão perder tempo e energia. É por isso que, numa relação
contratual como a advocatícia, todas as precauções devem ser tomadas no sentido
de se evitar aborrecimentos futuros. Importa para o/a profissional, nesse
momento, não tanto fechar o contrato, mas se cercar dos devidos cuidados a fim
de que aquela contratação tenha um “final feliz” independentemente do ganho da
causa.
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