OAB contesta decisão do STF de lacrar celulares de advogados durante sessões


A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por meio de ofício encaminhado ao ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou formalmente sua discordância quanto à recente determinação de recolher e lacrar os aparelhos celulares de advogados durante sessões de julgamento. A medida foi aplicada na sessão realizada nesta terça-feira (22), na qual foram recebidas denúncias contra seis acusados de tentativa de golpe de Estado.

 

A OAB, presidida por Beto Simonetti, destacou que o uso de dispositivos móveis constitui ferramenta essencial ao exercício da advocacia, especialmente diante do volume de informações eletrônicas acessadas cotidianamente por profissionais da área. A entidade ressaltou que a utilização de celulares é prática consolidada no âmbito forense, inclusive durante audiências presenciais e por videoconferência, sendo adotada tanto por advogados quanto por membros do Poder Judiciário.

 

No documento, a Ordem reiterou que os direitos fundamentais devem funcionar como limites ao exercício das funções dos Poderes Públicos, advertindo que restrições como a imposta pelo STF configuram afronta à liberdade profissional dos advogados. Diante disso, a OAB solicitou a reversão da medida, pleiteando que seja assegurado o livre exercício da advocacia nas dependências da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.

 

A iniciativa da Corte de lacrar os celulares abrangeu todo o público presente na sessão — advogados, jornalistas e assessores — sob a justificativa de preservar a proibição de captação de imagens, medida já vigente nas sessões do STF, cuja transmissão oficial se dá exclusivamente pela TV Justiça.

 

A polêmica decisão está sendo associada a uma medida cautelar que proibiu o ex-assessor Filipe Martins, acusado em processo relacionado à tentativa de golpe de gravar vídeos, sob pena de prisão. A coleta dos aparelhos, entretanto, representou uma novidade, pois o STF estendeu a proibição a todos de usarem celulares na sessão desta terça-feira, causando reações no meio jurídico.


Postar um comentário

0 Comentários